Servidores públicos e candidatos aprovados para o curso de formação da carreira de Analista em Tecnologia da Informação (ATI) se reúnem, hoje (7), em frente ao Bloco K, sede do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) para denunciar o desmonte de uma das carreiras mais estratégicas do Estado brasileiro.
A ANATI vem reiterando alertas já apresentados em levantamento e estudos do TCU, OCDE e do próprio MGI: o concurso de ATI corre sério risco: quase 100 candidatos já desistiram do curso de formação e, segundo nosso levantamento, esse número pode dobrar. O esvaziamento da carreira é real e crítico - e está refletindo na segurança e disponibilidade dos serviços públicos e na maturidade digital do país!
Apesar dos esforços institucionais de diálogo, a alta gestão do MGI tem se mostrado pouco acessível a escutas qualificadas sobre a carreira. Embora já tenha recebido evidências e documentos detalhados sobre o papel e o impacto das atividades dos ATIs, prevalece uma resistência velada — resultado, talvez, de uma visão enviesada ou da ausência de conhecimento técnico suficiente para dimensionar a real criticidade dessas atividades e o retorno que elas geram à sociedade.
O próprio Tribunal de Contas da União já declarou: o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos não possui gestão nem gente quando o assunto é Transformação Digital.
É, no mínimo, um paradoxo: um ministério que carrega “Gestão” e “Inovação” no nome se recusar a reconhecer a importância estratégica da carreira que gerência os recursos necessários para a sustentação dos serviços públicos digitais — justamente no coração da Transformação Digital do Estado.
A sociedade brasileira depende de serviços públicos modernos, eficientes e seguros. Mas isso exige planejamento, estrutura e valorização de profissionais. Exige compromisso. Exige responsabilidade com o futuro.
Nossa esperança recai sobre o Sr. Presidente da República, no sentido de que ele nos escute e impeça mais um capítulo de retrocesso.
Não é a primeira vez que essa mesma gestão falha em um concurso para a carreira de ATI — em 2013 e 2015, o resultado foi o fracasso. Agora, ameaça repetir o feito. E o prejuízo, mais uma vez, recai sobre o cidadão.
Não pedimos privilégios. Pedimos que não se destrua o pouco que ainda resta de uma política pública de Estado para a transformação digital e segurança cibernética no país.
*No dia 14, iremos até a porta da Presidência da República. Levaremos nossos nomes, nossas histórias e o peso do que representamos. Iremos com esperança — mas também com clareza: se o Estado não nos reconhece, não há razão para permanecermos.*
Se nada for feito, se não houver resposta, se o silêncio persistir — restará a entrega dos cargos.
Diretoria Executiva
Associação Nacional dos Analistas em Tecnologia da Informação (ANATI)